segunda-feira, 30 de junho de 2008

Crónica sem sentido, num banco vazio !




Todo eu me sinto envolto em algo que não sei bem o que ! Todo eu me sinto desigual, como tanta gente mais neste mundo. Todo eu me sinto envolto num sentimento tão grande e tão real que já não sei onde começa e onde acaba.
Sentimento real que há muito que se realizou, sem ser escolhido, sem ser pensado simplesmente apareceu e cresceu, como uma bonita flor num prado enorme. Não se sabe porque nasceu ali, mas a sua beleza é tanta que ninguém discute o porque de ter sido precisamente ali.
Todo eu me sinto uma crónica sem sentido, sinto-me pensador, sinto vontade de falar, de escrever e depois ler tudo aquilo que não faz sentido.
Será que não faz mesmo sentido ? Ou serei eu que já não sei que sentido lhe dar ?
E se eu fosse um cofre ??? Ou um cadeado ??? Ou então um bau ?? hmmm, um cofre ou um bau teria todo o sentido.
É exactamente isso que quero, quero ficar fechado como um bau. Cheio de antiguidades e memórias.

Aii sinto-me constipado das ideias, e a viver só por dentro. Preciso de mais, ou melhor, quero mais.
Quero que esta constipação crónica que me atormenta as ideias e o peito, que de tão cheio já transborda saudade, seja curada. Que Inventem uma vacina, um medicamento ou talvez um xarope e me passem uma receita.

Ainda assim o que me traria de volta era subir uma escada em caracol sem corrimão, com degraus quadrados e em linha recta, mas sempre, sempre em caracol. Uma escada sem fim, que me levasse apenas e onde o destino me quiser levar.


'O silêncio'

'Dos corpos esgotados que silêncio
tão apaziguador se levantava!

(Tinha uma rosa triste nos cabelos,
uma sombra na túnica de luz...)

Para o fundo das almas caminhava,
devagar, o sonâmbulo silêncio.

(Que apertados anéis nos braços nus!)

Mas o silêncio vinha desprendê-los.'


David Mourão-Ferreira

1 comentário:

Anónimo disse...

shiiu...* :)@